sábado, 1 de janeiro de 2011

Será que a fronteira é ilimitada?

Tem sido este o meu problema ultimamente.
A níveis científicos, por exemplo. Será que um dia, daqui a muito, muito tempo, vamos chegar a um ponto em que o nosso conhecimento já atingiu os seus limites e por isso, nada há mais para conhecer? Ou pelo contrário, à medida que vamos conhecendo e descobrindo mais coisas, o nosso conhecimento vai aumentando, mas haverá sempre alguma coisa para conhecer?
É verdade que sabemos 2/3 do "dark" genoma humano não está descodificado, no entanto, é porque ainda não possuímos técnicas para isso.
Imaginem agora que tudo seria descodificado e que nada restaria para descobrirmos. Como sobreviveria a religião?
Actualmente, os "milagres" são aceites pela religião segundo o critério de que a ciência naquele momento, com o nível de desenvolvimento que tem, não pode justificar o acontecimento. Para isso, está uma pessoa, chamada mesmo advogado do diabo, que é um bispo formado em teologia com uma base científica, que trata de opor à religião todos os argumentos científicos que conseguir para provar que determinado feito não foi um milagre. Assim sendo, se tudo fosse explicado pela ciência (como parece que vai ser em breve) os milagres desapareciam.

Mas pensemos a nível humano e intelectual. Todos os cientistas existentes na altura seriam postos de parte e um pouco marginalizados. Hoje em dia, é impossível conceber uma sociedade sem ciência, mas assim que ela desaparecesse, os outros ramos do saber não ligados à ciência, como por exemplo a arte, sobressairíam. Será que isto é possível?

Tudo tem que ter um fim, é verdade. Muito mais a nível científico, já que se trata de uma ciência empírica, baseada na experiência. Aliás, se por acaso tudo estiver determinado (e se a ciência conseguir demonstrar isso!), viver vai deixar de ter tanta piada e de ser tão excitante, como facilmente se pode compreender.
Fica a questão: como nos podemos resguardar do total conhecimento do mundo?
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