Às vezes questiono-me se valerá a pena todo este esforço. Eu sei que é um objectivo que tenho há muito tempo, que é um objectivo que vou ter que atingir para não se sentir frustrada, mas pergunto-me se valerá mesmo a pena ter objectivos. Valerá mesmo a pena lutar, esfolar o rabo para não comer um chocolate, para não engordar 100g para depois atingir uma meta que quando é atingida, fica criado um vazio e é necessário preenchê-lo como que para acabar o desafio anterior?
Isso não será deixar de viver o momento, para viver um futuro antecipado que transformamos em presente? Não sei, tenho pensado nisso e na verdade, não sei. Deveremos realmente lutar pelo que queremos indefinidamente e à medida que vamos atingindo os objectivos, vamos preenchendo o lugar dos antigos com novos?
E no que toca a objectivos profissionais? e amorosos? Pergunto-me muitas vezes se valerá a pena lutar por uma coisa que só nos fará "futurizar" o presente. Afinal só vivemos o presente no momento em que estamos a passar de um objectivo para o outro. Porque vivemos obcecados com metas.
Mas acho que o principal problema não está em criar metas. Porque se as criamos, temos a noção delas, temos a noção do que queremos ou não queremos e essa criação é só uma exteriorização de sentimentos. O problema está é em criar meta inatingíveis. Criar metas que à partida não são possíveis. Por um lado, isso faz com que vivamos frustrados, presos no eterno futurizar, num presente que não se desenvolve a não ser na nossa cabeça.
É criado um caminho mental e depois a vida não é guiada por esse caminho. E isso é que dói, por experiência própria e por experiência do leitor, tenho a certeza.
Portanto, sou da opinião de que, se se chega à conclusão que elaborar um plano (seja ele qual for) é o melhor para guiar a nossa vida, então devemos seguir os seguintes passos (ou o seguinte plano, ahah!):
a) os objectivos têm que ser concretizáveis - neste caso, devemos contabilizar as horas de tempo que temos para comer, para dormir, etc, etc... A juntar a essas horas contadas, devemos ter em conta que elas nunca são cumpridas por contingências da vida (ou porque não apetece, ou porque demorámos mais tempo no café ou porque...ah, já perceberam...).
b) não somos heróis, somos seres humanos - e como tal devemos contar que invariavelmente vamos falhar. Por isso, devemos descontar umas horas (duas ou três por dia) para os atrasos.
c) não devemos impôr o nosso plano - se por acaso alguém não concordar com ele ou disser que estamos a exagerar, não devemos tentar convencer a pessoa de que nós é que estamos certos. Se aquele plano foi feito por nós para nós, então só nos basta saber que lidamos bem com ele. Opiniões não construtivas acerca do plano não são bem vindas.
d) se estamos a falar de um plano de estudo, devemos ter em atenção o seguinte:
d.1) estudar duas horas de seguida sem intervalo é motivo para não estudar mais durante aquele dia. Por isso, por casa hora de estudo, devemos fazer 10 minutos de intervalo. O meu conselho é que se saia de casa e se dê uma volta. Ligar a televisão NUNCA é boa ideia porque está a começar ou a acabar um programa e vai dar outro interessante e por isso, vamos querer vê-los até ao fim;
d.2) se queremos comer durante o estudo, a melhor maneira de o fazer é subornar-nos com comida. Eu explico: só comemos, por exemplo, a bolacha, quando acabarmos de ler o capítulo x ou já o soubermos de cor. Acreditem que funciona :)
d.3) no plano de estudo também devemos ter em atenção que duas a quatro horas diárias é mais que suficiente para cobrir todas as cadeiras/disciplinas. Se o estudo for diário e tirarmos um ou dois dias por semana para descansar, os trabalhos ficam todos feitos, o estudo fica em dia e o cansaço não é extremo.
e) e como conselho final para elaborar um plano, eu sugiro que arranjem uma agenda e em vez de elaborarem um plano semanal, tipo horário escolar, ao fim-de-semana planeiem a semana seguinte. Assim os planos são todos diferentes de semana para semana e não aborrece.
Garanto que é a chave do sucesso. Garanto mesmo, porque comigo funciona :)
