É para ti, é para ti que te tenho escrito nestas noites longas, nestas exaltações de mente e acessos de saudade sem dó que se apoderam.
É para ti que transcrevo os sons que se desenvolvem lentamente e que são tão limpos e se desfazem como bolas de sabão.
É para ti que deixo de querer para passar a desejar e é para ti que as noites se transformam em dias tal não é o brilho.
É para ti que as tomadas de decisão se adiam para amanhã e que amanhã se adia o mundo.
É para ti e por ti que eu acredito.
É para ti toda esta ternura e este carinho explícitos.
É para ti este desconcerto de alma e á-vontade nos dias, na saudade dos dias, no sonho dos dias.
É para ti que escrevo e é para ti que leio baixinho estas palavras, desejando que sintas quente.
É para ti que vou em frente.
É para ti, sejas lá quem fores.
