segunda-feira, 20 de junho de 2011

Dia 44 e 45 - Marcha LGBT (importante)

Pois é, isto andou meio que mal estes dias, pelo blog. No que respeita à dietinha, a coisa vai andando bem, se se pode dizer assim. Pouco exercício mas controle alimentar :)

Agora queria falar-vos sobre ontem.

Decorreu em Lisboa a marcha do Orgulho LGBT. Ponderei durante algum tempo se deveria ou não falar sobre o assunto, porque pode ferir suscetiblidades ou pode até ferir-me a mim com comentários que possam fazer. Não estou para ouvir boquinhas, mas sei que as vou ouvir. No entanto, "caso mas não calo" e arco com as consequências, quaisquer que sejam elas.
Nunca vos aconteceu ter o quarto desarrumado e a vossa mãe dizer infinitas vezes para o arrumar? E depois vocês saberem onde está exatamente cada coisa e organizam-se no vosso próprio caos? Mas continuam com chatices com a mãe!

É assim que uma pessoa L, ou G, ou B, ou T se sente. A diferença (a grande diferença) é que em vez de ser uma pessoa a chateá-la todos os dias, é toda a sociedade onde essa pessoa se insere.
Agora imaginem que a vossa mãe vos fazia um ultimato: ou vocês arrumam o quarto, ou não podem ver mais o vosso melhor amigo. Imaginam a dor que isso não seria? Aquela pessoa em quem mais confiam, a vossa pessoazinha...! Então se conseguem imaginar o que sentiriam nesta situação, percebem certamente o que é que um homossexual sente quando lhe dizem que, por ser homossexual, não pode adotar uma criança.

Se um dia uma pessoa me explicar com argumento plausíveis porque é que não se pode adotar, eu agradecia. Porque na verdade, não entendo. E, por favor, não me venham com o argumento estúpido de que "duas pessoas do mesmo sexo não contrabalançam a educação da criança/falta uma figura do sexo oposto". Quero dizer, a criança é educada (e bem educada!) na mesma. Depois também há aquele argumento recorrente de que a criança vai ser discriminada na escola. Ora, a educação começa em casa. Cada um na sua casa. Se todos lutarmos para que isso seja normal (porque é!) não vejo onde está a discriminação.

Já dói, já queima e é por isso que se reivindica. Reivindica-se porque ter o quarto desarrumado não é big deal. Reivindica-se porque quando se dá uma migalha, como por exemplo o casamento, não podem assumir que não se tem fome. Como tal, quer-se o pão todo.

Não penso que se peça muito. Acho até que a manifestação é muito mais "desorganizada" do que aprovarem uma leizota que só permite a adoção por homossexuais.
Quero dizer, e se fizer parte de vós serem desarrumados? Se vocês são assim, o que há a fazer contra?
Acham normal que às lésbicas se façam "violações corretivas"? Eu não acho. Não está bem.

O meu maior orgulho seria que os pais não tivessem vergonha de dizer: este é o namorado do meu filho.

Esta é a namorada da minha filha.
Próximo post: Mimesis e Catarsis