terça-feira, 28 de junho de 2011

Dia 53.1 - Um desabafo necessário

É sempre a mesma coisa. Deparo-me todos os dias com uma janela em branco para escrever sobre o que me apetecer. Deparo-me com uma janela livre. Sempre que leio algum blog, parece que a pessoa sabe exatamente sobre o que escrever. Eu nunca sei como começar um post. Por exemplo, este começou de uma forma ridícula! "É sempre a mesma coisa". Parece um grito de desespero, de frustração, sei lá...
O que é engraçado é que durante o dia passam-me mil temas pela cabeça. Prometo-me umas 100 vezes que hoje vou escrever sobre isto ou sobre aquilo, que era interessante dizer que a) ou b) e que não me posso esquecer. Mas depois vem a preguiça, essa fatídica senhora que não nos deixa tirar o bloco para fora da mala e anotar a ideia. E pronto, lá se vai. Esvai-se. No final, saem posts como este, sem o mínimo interesse.
Não sei quem me disse no outro dia que ler o meu blog era como ler a Revista Maria. Aliás, já mo disseram muitas vezes. Mas esta última tocou-me mesmo. Estranho é não me lembrar mesmo da pessoa que o fez. Desde aí, tenho pensado muito em temas para escrever e em formas de dinamizar a minha vida.

Desde pequena que tenho necessidade de me justificar. Às minhas amigas, à minha mãe... quando me prometo que vou guardar aquele meu segredo, é certo e sabido que cinco minutos depois alguém o vai saber. Curiosamente, isso não acontece com os segredos dos outros. Sou muito apegada, tenho necessidade de beijinhos, carinhos e abraços. Se eu pudesse, tinha uma espécie de robot humano que pudesse abraçar a toda a hora e dar carinhos infinitos.
Não me interpretem mal, eu não tenho falta de carinho! Na verdade, TODA a gente tem muita paciência comigo e deixa que eu abrace e fale indefinidamente. Se não me ouvem, pelo menos fingem que ouvem e fazem-me feliz. Mas eu sei racionalmente quando parar...o pior é que raramente respeito a razão e acabo por ouvir uns suspiros, por ver uns sorrisos amarelos ou alguém mais atrevido a dizer-me "Laura, estás a ser chata, já chega".
O que acaba por acontecer é que as minhas maravilhosas relações (credo, nem tive assim tantas!) acabam em frases como esta. Awh... como a Sófia diz, everything happens for a reason.

Portanto, este blog é mais ou menos um robot que eu criei para poder falar à vontade, sem críticas ou julgamentos. De facto, até acho que vou desativar os comentários. Se é verdade que nunca ninguém comenta, para quê tê-los abertos? Se quiserem alguma coisa, comentem no facebook ou mandem-me mensagem privada. De qualquer forma, duvido que venham pessoas ao blog que não me conheçam pessoalmente/do facebook.

Hoje está uma noite quente. Pudera. Está noite de conversas, está noite de petiscos. Está noite de comer tostinhas com uma qualquer pasta caseira, com muitas ervas e chá. Por vezes, tenho a sensação que as pessoas julgam que tem que estar tudo no sítio, tudo no espaço original. Se eu hoje ponho as chaves de casa em cima da mesa da sala, porque é que amanhã não as hei-de pôr no quarto? Não acho que criar rotinas seja sinónimo de organização. Organizado é aquele que programa os dias conforme o que acha que deve fazer e não conforme o dia anterior.

Se crias rotinas... és o meu robot de sonho, o qual eu posso abraçar e dizer que gosto...indefinidamente, sem te cansares. E eu só quero este robot na minha cabeça. O pobre traduzido para a realidade não ia ajudar em nada.

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