segunda-feira, 18 de julho de 2011

Dia 73 - Eu culpo a Filosofia.

É verdade. Culpo mesmo. Às vezes dou por mim a pensar em voz alta, ou a pensar, só, e a ver-me numa espiral sem fim de pensamentos. Parece que estão atabalhoados e um puxa pelo outro, e pelo outro e assim sucessivamente até eu levar as mãos à cabeça de desespero e, com muita força, dizer BASTA LAURA, PEGA NA REVISTA MARIA (ou escreve no teu blog! :P)  E PENSA EM COISAS DE JEITO! Por exemplo, ontem estava no metro e durante três paragens, pensei que "o senhor da frente estava a comer uma maçã. Será que a maçã é saborosa? e o que o levou a comer aquela fruta? Estará de dieta? Hoje ainda não comi maçãs. Mas por que é que comemos? Quero dizer, porque é que o nosso corpo usa a comida como fonte de energia? E será que não há outra fonte? Será que ainda não a descobrimos? Isto é um handicap do Homem, de certeza. Era engraçado, eu ser a cobaia de uma experiência de uma fonte nova de energia, sem ser a comida. Depois ingeria aquela nova fonte e rolava os olhos. Assim, quem ingerisse aquilo, ia começar a rolar os olhos também e..." nisto, o dito senhor toca-me no ombro e pergunta-me se me estou a sentir bem. E eu percebi que estava mesmo a rolar os olhos, como uma louca, no meio do metro.
E isto não me acontecia! Não me acontecia antes de entrar no curso.
Também dei por mim a ficar cada vez mais dramática, mas mais descontraída. Descontraída no que respeita às obrigações académicas, mas dramática no que respeita às relações interpessoais.
Também tenho pensado (e discutido) o facto de haver ou não uma pessoa "destinada" ou reservada, para ser mais soft, para cada um de nós. E no caso de haver, será que é recíproco? Será que existe mesmo o amor da vida das pessoas? Às vezes tenho as minhas dúvidas. Aliás, choro (lá está o dramatismo!) por isso. Quando me ponho a pensar e a misturar conceitos que li ou que aprendi nas aulas, é o caos. Não aconteceu quatro ou cinco vezes. Foram dezenas, este ano! Uma dor insuportável por uma coisa que não existe! Uma dor que se transforma em lágrimas e essas lágrimas são a manifestação do vazio que eu acho que vai ser eterno. 
Claro que não é por isso que deixo de sonhar e de acreditar que um dia isso vai acontecer. Mas se acontecer tudo como eu quero e depois a outra pessoa se for embora, como que já tivesse cumprido o seu papel?
Porque se não, se for assim, o caso muda de figura! Deixem-me estar nos meus sonhos, obrigada. 
Tenho uma amiga que diz que enquanto eu pensar e viver obcecada com isso, nada vai acontecer. Olha pois obrigadinha, mas eu não posso deixar de pensar, se não parece que me é indiferente. Talvez eu deva mesmo aprender a viver com a situação e pronto. Assim, aceitava isso em mim e preenchia com a única mulher neste mundo que me pode preencher: a Filosofia.
Mas eu já me adiantei e já cheguei a esta conclusão no outro dia. Como decidi manter um compromisso com ela, agora tenho um colar com uma pequena coruja, que não tiro por nada.

Não vá a Filosofia abandonar-me também.


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