domingo, 18 de setembro de 2011

A indução é um tipo de raciocínio muito usado, e bem, na investigação científica. Perigoso, muito perigoso mesmo é o modo como, no dia a dia, os naturais processos indutivos da mente humana nos podem levar por maus caminhos.
A história que se segue é deliciosa. Depois da sua grande viagem, Darwin dedicou-se, na sua própria casa, ao estudo dos Cirrípedes (percebes). Só isso explica que um dos seus filhos mais novos tenha perguntado ao filho de um vizinho: «Em que parte da casa é que o teu pai trabalha com os Cirrípedes dele?».
Compreender o que consideramos normal ou anormal passa um pouco por aqui. O que é normal? O que costumamos ver à frente. O que não é normal? O que não costumamos ver à frente. Infelizmente, vejo muita coisa à minha frente que gostaria de não ser obrigado a ver. O que faço? Desvio os olhos para o que verdadeiramente me interessa e considero normal.
Eu não considero normal uma coisa só porque a vejo à minha frente. Faço antes por viver a vida de modo a poder ver à minha frente o que penso ser normal. É isso que faz também de mim um adulto e não uma criança com voz grossa.

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