quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O método de estudo do meu professor (infalível!)

Boa noite!

Hoje tive a minha última aula de Temas e Técnicas da Filosofia. É pena serem só três meses de aulas, e só uma vez por semana. Mas são leccionadas pelo melhor professor que alguma vez tive e é aquele mais descontraído que me faz respirar de alívio quando me vejo assoberbada de trabalho que mal consigo respirar.
Primeiro que tudo, não tenciono fazer deste blog um blog-diário ou qualquer coisa do género, mas este conselho foi-me passado hoje e quero imortalizá-lo.

Durante esta última aula, estivémos a falar de Gilles Deleuze e Michael Dummet e os respectivos testes e trabalhos que temos que fazer sobre uma infinidade de autores. Posto isto, o professor apercebeu-se que os alunos de 1º ano têm grande deficiência na escrita. Segundo ele, não conseguimos escrever mais de um parágrafo com sentido e com encadeamento com o resto do argumento ou ideia que estamos a defender. Então, ele porpôs o seguinte, com garantia de resultado infalível:
"Leiam durante o dia. Leiam o dia todo livros de Filosofia. Não importa quais, mas leiam. Se estiverem a fazer um trabalho, leiam o livro base e os relacionados. Leiam até ao escurecer. Depois, jantem e vão dar uma voltinha. Vão até ao Bairro Alto, bebam duas ou três cervejas e voltem para casa. Quando o efeito daquele bocadinho de álcool que beberam se começar a fazer sentir, é altura de ligarem o computador. Aí, escrevam, escrevam, escrevam... Quando o sono começar a vir, continuem a escrever. De madrugada, vão-se deitar e acordem por volta do meio-dia. Depois, assim que acordarem, leiam o que escreveram durante a noite. Façam uns acertos, mudem algumas palavras, a pontuação, mas sem nunca mudarem a ideia base. Quando voltarem a ler o trabalho todo, nem se vão reconhecer.".
E foi este o conselho, foi esta a ideia. Segundo o meu professor, um Filósofo é bipolar. Deve assumir uma postura responsável durante o dia, compenetrado naquilo que faz e empenhado em absorver conhecimento, e durante a noite, deve soltar o diabo que há em si e escrever desalmadamente, enquanto não adormecer em frente ao computador.

Este é o conselho para quem quer escrever bem, que um dia eu hei-de experimentar.

(Admira-me porque é que o professor não marca os testes para as três da manhã... estive quase a fazer a pergunta na aula, mas achei indecente. Afinal ia soar a piada, quando eu não queria que fosse. Ia mesmo falar a sério.)
Beijinho*
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