domingo, 3 de julho de 2011

Dia 58 - Mexeriquices II e beauty pageants

Hello! Pois eu acho muita piada ao seguinte: enquanto relatei assuntos que não interessam ao meninos Jesus, tipo o que é que como, o que é que não como, o que faço durante o dia, o meu nível diário de visitas era de cerca de 100. Depois, comecei lentamente a mudar o estilo - continuo a falar da dieta, mas também a misturo com assuntos que já são mais sérios - 70 visitas diárias por dia. Nos últimos posts (à excepção do último) a coisa esteve mais pesadota. 40 visitas, e é para amigos!

Portanto, tive que decidir (e pensei nisto esta manhã) se estava a escrever para que me lessem efectivamente (e por isso beneficiar das minhas visitas diárias, a que já estava habituada) ou se estava a escrever para manter a minha dietinha. E descobri que me tinha lembrado de criar este blog para mim e para, pelo menos, uma pessoa ler. De maneira que cheguei rapidamente à conclusão que iria continuar a escrever até ter pelo menos uma visita diária (mwahahah! Não se livram de mim!).

Hoje quero falar-vos sobre a segunda parte do título do post: concursos de beleza. E o tema não é assim tão descabido.
Não falo de concursos de beleza para adultas - tipo misses - que te resto também acho um disparate, mas são meninas grandinhas, já sabem (ou não...pelos vistos) o que fazem. Falo de concursos de beleza para crianças. E esta palavra inclui meninas e meninos desde os DOIS MESES de idade até aos 9, 10 anos, no máximo (porque depois começam a ficar velhas e com rugas).
No canal Travel&Living dá um programa que se chama Toddlers&Tiaras e é basicamente sobre isto. De interessante, o programa não tem nada, mas confesso que já o vi inúmeras vezes. Julgo que a razão para isso acontecer é porque eu não acredito realmente no que estou a ver! Não acredito!
Vou dar-vos um exemplo das caras das meninas:
Usam cabelos postiços, maquilhagem, roupas ridículas e os maiores impulsionadores disto são os pais. Normalmente ocorrem em estados pequenos e dentro de salas de conferências com um pequeno palco - ou grande, depende do orçamento do concurso. Torna-se ridículo ver criancinhas que mal andam, a mandar nos pais, nas mães, nas outras meninas do concurso...sem descortinar o facto de que os pais nunca gastam menos de 2000 (dois mil, é verdade) dólares num (em um, mesmo!) concurso. Para quê? Para a menina se pavonear...perdão, os pais dizem que é para subir a auto-estima delas, para não se sentirem mal quando forem grandes e mais não sei o quê.
Normalmente os concursos têm várias categorias, mas todos avaliam a beleza da criança. Eu pergunto, como é que se pode avaliar a beleza de uma criança que tem quilos de maquilhagem em cima? Não se pode. Acho também piada aos juízes que dizem que já "avaliam" crianças há mais de vinte anos. Com vinte anos de concursos ainda não lhes ocorreu que são crianças, não são objectos?
As mães ficam contentes quando as filhas ganham, mas só ganha uma em 20 ou 30 crianças. Os prémios? Quando são em dinheiro, não ultrapassam os 200, 300 dólares (o que não cobre o bronzeado falso da menina, o cabeleireiro, os dentes falsos (porque não lhes pode faltar dentes!), os vestidos para as diferentes categorias, a viagem até ao local do concurso, o hotel onde as princesas ficam, bla bla bla) mas normalmente são coroas do género daquelas que se compram no loja dos 300, cuja tinta sai após três ou quatro dias.

Senti necessidade de falar sobre isto, não por um simples capricho, mas para tentar perceber o que é que leva mães a endividarem-se para que as filhas possam participar naquilo. E chego à conclusão que acontece porque as mães enquanto novas não tiveram aquilo. Normalmente são senhoras com excesso de peso, vencidas, que projectam os seus sonhos e desejos nas miúdas. Não percebem é que as estão a transformar em diabinhos com ar de anjo. Claro que não julgo a intenção delas, mas não entendo como podem não ver que as repercussões negativas são bastante mais prejudiciais que os benefícios. Julgo que seria muito mais importante investirem aquele dinheiro em cursos de línguas, ou numa boa escola (já que estamos a falar dos USA) ou simplesmente...não gastarem. A auto-estima não se compra e elas julgam que sim. É esse o ponto essencial que lhes falta perceber. O que toca um pouco na ideia que eu tenho dos americanos: têm a sensação que podem comprar tudo e não podem. Neste caso, tentam comprar sentimentos em vez de os desenvolver.

Fica aqui um vídeo demonstrativo da coisa para quem estiver interessado (é o episódio completo, mas no início percebe-se logo do que estou a falar).

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Próximo post: Mimesis e Catarsis