Para aqueles que dizem que o espanhol é conversa fiada para meninos, desenganem-se: não é. Com "la" mania que chegamos lá e com umas aulinhas dominamos a coisa, esquecemos que o nosso portuganhalês fala mais alto e é motivo para instintos errados.
E foi o que aconteceu hoje. Fiz um exercício, em que a frase era mais ou menos como "Quien trabaja en la contabilidad eres el______" e eu, como toda a turma, escrevi: contablista (pensando isto com sotaque espanhol, dá qualquer coisa como "cóntáblíçta"). Oh pra mim toda contente, que tinha acertado no exercício.
Não acertei.
Afinal diz-se "contablo" e nunca mais me vou esquecer. Também não se diz "finales de semana", mas sim "fines de semana". E de quem é a culpa? É nossa, que temos a mania de inventar espanhol!
Nunca mais me esqueço de uma conversa que tive com um amigo meu, em que ele dizia "la druega" em vez de "la droga" e "el copito", em vez de "el vaso". Fantástico.
Entretanto, hoje deu-se uma aula muito prática. Falámos imenso sobre preços da comida em Espanha e a professora fez questão de nos dizer (e agora, leiam duas ou três vezes, porque não vão acreditar) que quando ela vai "por el navidad" a casa dos pais, eles gastam em média VINTE (veinte!) EUROS POR DIA (POR DIA!) PARA COMER EM CASA! E nós ficámos estupefactos. Um pão - que normalmente vem em baguette - custa um euro. Comprado no supermercado, para uma pessoa.
Mas, meus amigos, se forem de viagem de finalistas ou fazer férias para Espanha, não desanimem. O sul é mais barato. Quanto mais próximo dos Pirinéus, mais elevado é o custo de vida. O IVA é mais baixo que o português, mas os preços acabam por ser superiores. Dizia a María que, com "ciento cincuenta" euros, comprava num supermercado tipo Continente, dois sacos de comida. E que essa comida durava uma semana ou pouco mais que isso.
Se os Portugueses têm que apertar o cinto...
