domingo, 2 de outubro de 2011



Hoje dei por mim a pensar se uma relação é mesmo necessária. Eu sei que sou um bocado chata com este tema e que pouco a pouco falo de relações, mas é realmente uma coisa que me preocupa. Será que duas pessoas têm que estar juntas para conseguir atingir a felicidade plena ou pelo contrário, esta só se atinge quando se está sozinho?
Oiço frequentemente que é melhor estar separado do que junto, que quando uma pessoa se divorcia, é um alívio enorme, que nunca mais quer estar casada com ninguém. Vai daí, eu sinto-me logo influenciada e até um bocado culpada por uma parte de mim procurar alguém. Mas logo a seguir penso que prezo tanto a minha liberdade, prezo tanto como estou agora, sem ninguém, a fazer o que bem quero e me apetece sem me sentir culpada, que interiormente, não quero nenhuma relação. Ora, isto causa um certo desconforto, não é verdade? 
E depois eu tenho uma fantástica coisa que é aquela de antecipar o futuro. Conheço alguém minimamente atraente e penso logo que, se ficar com essa pessoa, o que tenho que mudar na minha vida, o que é que me vai acontecer daqui a 10 anos com ela, como é que vou contar aos meus pais e em casos extremos, penso logo em casar e ter filhos... isto nos nossos primeiros 5 minutos de conversa. Logo de seguida, tento encontrar defeitos, para ver o que é que não vou suportar quando vivermos juntas e bla bla bla. Se por acaso eu já conhecer a próxima pessoa que vai andar comigo (ou que achava que ia andar) provavelmente ela já fugiu a correr do meu post e de mim e nunca mais me vai voltar a falar. Ah, coisas de interenetes...

Continuando. Na verdade, acho que já exigi muito mais de alguém. E por vezes, isso tornou-se obsessivo. Acho que as pessoas se cansam porque não estão para ter uma tipa sempre a exigir coisas que não fazem parte delas. E depois vão-se embora e eu acho muito bem. Eu também iria, se tivesse uma pessoa como eu. Por que me apercebi disto é que decidi que estava na altura de mudar. Decidi que a próxima vez que me interessasse por alguém, ia largar esse comportamento obsessivo. 


[inserir aqui feedback da potencial pessoa de interesse]


Mas acho que os objectovos pessoais também mudam. Lembro-me que à medida que fui crescendo, quis sempre alguém que fosse muito cola, quanto mais cola melhor, quanto mais carinhos melhor e agora, claro que não dispenso isso, mas quero alguém mais despregado. Alguém mais livre, não sei bem explicar. Acho que isso também veio vindo com uma confiança que foi crescendo ao longo do tempo. Se bem que conheço pessoas com menos confiança que eu que querem alguém despregado. Mas isso acontece porque se calhar não querem que a outra pessoa veja os seus ponto fracos. Ou talvez não. 

O meu ponto fulcral aqui é o seguinte: vamos crescendo e amadurecendo. Com esse crescimento, vamos ganhando confiança. E com essa confiança, suponho que venha algum tipo de verdade mágica que nos diga como agir em determinadas circunstâncias - circunstâncias essas que também vão mudando com a idade, com o ambiente em que nos envolvemos, etc. 

Não me vão é agora dizer que o meu sonho de menininha que quer ser mãe vai ser destruído, pois não? Acho bem.
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